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O que fazer na Alsácia: roteiro de 6 dias pela Rota dos Vinhos da Alsácia

O que fazer na Alsácia: roteiro de 6 dias pela Rota dos Vinhos da Alsácia, na França

Como você imaginaria um vilarejo medieval? Com belas casas que parecem saídas de contos de fadas, com suas fachadas coloridas e sacadas repletas de flores nas estações mais quentes ou cobertas de neve branquinha nos dias de inverno? Cercadas por colinas com vinhedos e cortadas por rios de águas límpidas que refletem as casinhas coloridas tal qual um espelho? Se o seu destino de viagem for a região francesa da Alsácia, você vai ver a sua imaginação se tornando realidade. Se você chegou até aqui querendo saber “O que fazer na Alsácia?”, vamos te dar todas as dicas de como planejar um roteiro de 6 dias na Alsácia. Uma região que certamente está entre as mais lindas que já visitamos não somente na França, mas em toda a vida!

Alsácia: dos lindos vilarejos a forte influência alemã

Para vocês terem uma ideia, na França existe até uma premiação chamada “Les Plus Beaux villages de France” (os mais belos vilarejos da França). Todos os anos eles fazem uma lista escolhendo os mais lindos e encantadores vilarejos do país, e adivinha? Em quase todos os anos, o vencedor acaba sendo uma cidadezinha da Alsácia, no Nordeste do país. E a cada ano eles ficam se revezando nessa premiação. Mas dá pra entender: é tudo tão lindo que fica difícil escolher qual é o mais bonito de todos.

A Alsácia fica na fronteira entre França e Alemanha. No passado, durante muitos anos a região ficou trocando de mãos entre estes dois países. Por conta disso, a Alsácia é uma grande mistura de características culturais e gastronômicas alemãs e francesas. Isso fica bem claro na arquitetura das casas (muitas ao estilo enxaimel característico alemão), na gastronomia (muito chucrute, carne de porco mas também o foie gras e a tarte flambé) e até mesmo no idioma (placas e cardápios da cidade estão sempre em francês e alemão). Não seria exagero da minha parte dizer que a Alsácia reúne o melhor desses dois países. 🙂

Quando ir a Alsácia

Essa é daquelas regiões que podem ser visitadas em qualquer época do ano. Se no verão os dias mais longos de céu azul possibilitam mais tempo de dia útil para explorar a região e tirar fotos espetaculares, o inverno oferece um dos mercados de Natal mais famosos da Europa, com casinhas decoradas e luzes por toda cidade ao melhor estilo conto de fadas. A escolha de quando ir é questão de gosto pessoal. Na dúvida, sempre que estiver planejando uma viagem pela França, inclua a Alsácia no seu roteiro independente da estação do ano. 🙂

O que fazer na Alsácia: Roteiro de 6 dias de Estrasburgo até Colmar

Nosso roteiro completo de 6 dias pela região da Alsácia inclui o principal trecho da chamada “Rota dos vinhos da Alsácia”. Nesse caso, partindo de Estrasburgo e terminando em Colmar, conforme indicado no mapa:

Utilizamos como bases as cidades de Estrasburgo (3 noites), Riquewihr (1 noite) e Colmar (1 noite). Nas demais cidades e atrações apenas passamos durante o dia.

Dias 1, 2 e 3: Estrasburgo
Dia 4: Rota de Estrasburgo até Riquewihr (Molsheim, Obernai, Gertwiller, Barr, Mittelbergheim, Itterswiller, Dambach-la-Ville, Castelo de Haut-Königsbourg e Ribeauvillé)
Dia 5: Riquewihr e Colmar
Dia 6: Passeio de bicicleta pelos arredores de Colmar até Eguisheim

A região da Alsácia em geral se caracteriza não por suas grandes atrações turísticas, mas principalmente pela atmosfera de charme, por sua arquitetura típica, pela tranquilidade de suas ruas e pela farta e deliciosa gastronomia.

Os vinhos da Alsácia

Um ponto de destaque da região está na sua reconhecida qualidade na produção de vinhos. A Alsácia possui 7 castas com a Appellation d’Origine Contrôlée (ou seja, vinhos cujo “nome” só é permitido quando sua produção e o plantio das uvas acontecem no mesmo lugar e seguindo o mesmo padrão de produção). A maior parte da produção é de vinhos brancos (com exceção do Pinot Noir, que é rosa ou vermelho):

Sylvaner é um vinho fresco e leve, com um frutado discreto, que harmoniza bem com frutos do mar, peixes e carnes frias. 
Riesling é seco, elegante, frutado, com um buquê de grande fineza. Também harmoniza bem com peixes, mariscos, carnes brancas em geral e chucrute, uma especialidade local. 
Muscat d’Alsace é fresco e frutado. 
Pinot Blanc é um vinho delicado que harmoniza bem com uma grande variedade de pratos. 
Pinot Gris é um vinho robusto, redondo e equilibrado. Tem aromas de vegetação rasteira, e até um ligeiro defumado. Acompanha bem com outra especialidade da Alsácia: o foie gras. Combina ainda com assados e miúdos em geral. 
Gewurztraminer é um vinho é encorpado e robusto, com aromas de frutas, flores ou especiarias, por vezes ligeiramente suave. É excelente como aperitivo e combina com pratos exóticos, queijos fortes e sobremesas. 
Pinot noir é vermelho ou rosé, e combina bem com carnes vermelhas ou de caça, além de queijo de cabra.

Vale também experimentar o Crémant d’Alsace, um espumante super típico da Alsácia que normalmente é servido como aperitivo. São feitos geralmente a partir da mistura de diversas variedades de uva (principalmente Pinot Blanc, Pinot Gris, Pinot Noir, Riesling e Chardonnay).

Na Alsácia existem ainda 51 terroirs excepcionais, 13 deles apenas nas cidades de Ribeauvillé e Riquewihr! Estes solos e micro climas são rigorosamente delimitados e protegidos por regulamentações rigorosas, e os vinhos produzidos aqui recebem a denominação AOC Alsace Grand Cru. Basicamente cada vilarejo da Alsácia, por menor que seja, tem ao menos um vinho específico da região com características próprias. Para os apreciadores de vinhos, essa se torna uma diversão a mais ao longo da viagem pela região. 🙂

Como fazer a rota dos vinhos da Alsácia

Em geral adoramos viajar de trem pela Europa. E para chegar até Estrasburgo – ponto inicial do nosso roteiro – recomendamos o trem como o meio de transporte ideal. Apesar de até possuir um aeroporto, não é muito comum voo direto do Brasil até Estrasburgo. Como a cidade fica mais ou menos equidistante em relação a Paris (na França) ou Frankfurt (na Alemanha), geralmente o trem é o meio de transporte mais utilizado para chegar até a cidade. O trajeto leva cerca de 2h30 saindo de ambas as cidades, e existem trens ao longo de todo o dia (leia mais sobre viagens de trem pela França).

A partir de Estrasburgo, o ideal mesmo é alugar um carro e descer por toda a rota dos vinhos da Alsácia até chegar em Colmar, aproveitando para conhecer os diversos vilarejos da região. Para esse roteiro que estamos propondo, alugamos o carro somente por 24 horas (apenas para a rota de Estrasburgo até Colmar, entre os dias 4 e 5 do roteiro).

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Dias 1, 2 e 3: Estrasburgo (Strasbourg)

Capital e maior cidade da região da Alsácia, Estrasburgo (no francês Strasbourg) foi amor à primeira vista. Dedicamos 3 dias inteiros a cidade, e assim que colocamos os pés em Estrasburgo percebemos que a escolha havia sido muito acertada. Me arrisco a dizer que Estrasburgo se tornou a nossa cidade favorita na França. Ou ao menos a que mais nos surpreendeu positivamente. Encontramos muitos roteiros sugerindo somente 1 ou 2 dias na cidade, mas ficando menos tempo nós certamente teríamos saído com a sensação de que poderíamos ter ficado mais tempo. 3 dias foi o ideal.

O que fazer em Estrasburgo

Toda a atmosfera medieval da cidade pode ser representada por sua joia mais icônica: a Catedral Notre-Dame de Strasbourg. Um espetáculo, certamente uma das construções mais impactantes que já vimos ao vivo. Todo o entorno da Catedral é povoado de lojas, restaurantes, cafés, bares, e o movimento de pessoas em meio aos pintores e artistas de rua torna o clima do local impressionante.

Mosaico com 4 fotos da catedral com céu azul atrás. Duas fotos tem pessoas: mulher olhando para a esquerda em frente a catedral e o casal fazendo selfie em frente a catedral iluminada pelo sol do entardecer
Catedral de Notre Dame de Strasbourg: impossível resistir a tirar mais uma foto quando passa em frente

Mas Estrasburgo não se limita a sua Catedral, já que a toda a cidade em si é encantadora. Quase tudo que você precisa conhecer fica no centro histórico, na região da Grande Ile. Como o nome diz, é uma “grande ilha” cercada pelas águas do rio Ill. Algumas atrações de grande destaque são o Palácio Rohan (que atualmente abriga 3 importantes museus), a Rue Maroquin com seus restaurantes tradicionais e lojinhas de produtos locais, as praças Broglie e Kleber e o passeio pelas margens do rio Ill (a pé e de barco).

Além da Catedral, outro grande símbolo de Estrasburgo é a região conhecida como Petit France. Ao chegar nas Ponts Couverts (Pontes Cobertas) e na Barrage Vauban, você terá ainda mais certeza de que valeu muito a pena incluir Estrasburgo no seu roteiro. Legítimo cenário que poderia virar um quebra-cabeça. 🙂

Barrage Vauban - cenário de porta retrato
Barrage Vauban – cenário de porta retrato

+ Leia mais no post do roteiro completo de 3 dias em Estrasburgo

Dica importante: Com o Pass Alsace ou o Strasbourg City Pass, você tem acesso às principais atrações da cidade sem filas e com preços reduzidos, representando uma boa economia! Esses passes são ideais para quem vai ficar por 2 ou mais dias na cidade. É possível adquirir o Strasbourg City Pass online, ainda do Brasil, pela plataforma da Get Your Guide.

Onde ficar em Estrasburgo

A melhor localização para se hospedar em Estrasburgo sem dúvida é na Grande Ile, área onde se concentram as principais atrações da cidade. Em geral, quanto mais próximo da Catedral você estiver, melhor será sua localização. Nossas duas sugestões pessoais são o excelente hotel Sofitel Strasbourg Grande Ile – que pelo nome você já sabe que está muito bem localizado; e também o Hotel Hannong, familiar e de ótima qualidade. São dois hotéis onde já nos hospedamos de fato e adoramos a experiência.

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Onde comer em Estrasburgo

Durante nossa viagem pela cidade, experimentamos diferentes estilos e elegemos os 6 restaurantes locais que mais gostamos. Entre os clássicos de comida da Alsácia, Chez Yvonne, L’Ancienne Douane, Le Gruber e Maison Kammerzell. Para os amantes dos queijos franceses, impossível não recomendar o sensacional La Cloche à Fromage. Para um jantar mais sofisticado, a dica é o La Casserole.

L'Ancienne Douane
Onde comer em Estrasburgo: comida típica da Alsácia

+ Leia mais: 6 restaurantes imperdíveis em Estrasburgo

Dia 4: Rota de Estrasburgo até Riquewihr

Para fazer a rota dos vinhos da Alsácia entre Estrasburgo e Riquewihr o ideal é alugar um carro e sair bem cedo. A distância total é de aproximadamente 100 km. Vale a pena seguir pelas estradas secundárias – são mais lentas mas com visuais impressionantes.

Por todo o caminho cruzamos com vilarejos, belos vinhedos e domaines de produtores locais de vinhos. Grande parte deles funcionam com visitação e degustação, mas não é em qualquer época do ano que eles ficam abertos – varia de produtor para produtor. Se o seu interesse for esse, vale a pena buscar o contato das vinícolas e entrar diretamente em contato para reservar sua visita.

Ao longo do trajeto, paramos e visitamos os vilarejos de Molsheim, Obernai, Gertwiller, Barr, Mittelbergheim, Itterswiller, Dambach-la-Ville e Ribeauvillé. Além de uma parada no Castelo de Haut-Königsbourg, que fica entre Dambach-la-Ville e Ribeauvillé e é um dos principais castelos dessa região. Vamos contar um pouco sobre cada uma delas.

Molsheim

Molsheim fica a cerca de 26 km de Estrasburgo e foi nossa primeira parada na Rota dos vinhos da Alsácia. Além de famosa por ser o berço da marca de automóveis Bugatti, a cidade já foi considerada a capital religiosa da Alsácia. Muito de seu passado encontra-se bem preservado, com destaque para a bela Igreja dos Jesuítas.

Molsheim
Molsheim

Em relação a produção de vinhos, Molsheim é famosa por seu Grand Cru Bruderthal, tendo como principais variedades Riesling, Gewurztraminer, Pinot Gris e Muscat. Aos pés de uma colina de 300 metros de altitude, a cidade tem um microclima privilegiado com condições perfeitas para o amadurecimento das uvas. É considerado um dos melhores solos da Alsácia.

Obernai

Na sequência da Rota dos Vinhos da Alsácia, a 13 km de Molsheim está Obernai. A cidade – que existe desde o período Romano – tem um centro histórico bem bonitinho, com elementos de períodos medievais e renascentistas.

Obernai segue o padrão da Alsácia, com casas coloridas em estilo enxaimel e janelas repletas de flores. Na praça principal, destaque para a prefeitura (“Hôtel de Ville”) e para a torre do Campanário, com 60 metros de altura.

Obernai
Obernai

Infelizmente no dia da nossa viagem estava acontecendo uma feira na cidade. E por que “infelizmente”? Em geral a gente AMA feiras e mercados de rua. Mas essa em especial tinha poucas barracas de produtos locais, e muita coisa de roupas e bugigangas ao melhor estilo ” made in china”. Para os moradores locais devia estar ótimo, mas no nosso caso acabou quebrando um pouco da atmosfera medieval – e atrapalhando nas fotos. :/

Obernai é outra parada imperdível na Rota dos Vinhos da Alsácia. Durante a Idade Média o vinho da região era tão renomado que servia-se em cortes imperiais e nos mosteiros. A maior produção da cidade vem da colina de Schenkenberg.

Gertwiller

Após percorrer mais 7 km de estrada chegamos até a pequena Gertwiller. Bota pequena nisso – a cidade tem cerca de 1200 moradores! Na verdade nós até iríamos passar direto por Gertwiller, mas não resistimos a sua principal atração: La Maison du Pain d’ épices. Como o nome já diz, é uma loja especializada em pain d’épices, uma especialidade da região da Alsácia que lembra o nosso pão de mel – mas incrivelmente mais saboroso. Tem muitas provinhas, e dá pra experimentar os vários tipos antes de comprar. 🙂

Além disso, a loja vende uma série de souvenirs típicos da região da Alsácia – muitos deles com a temática da Cegonha, a ave símbolo da região. Claro que não resistimos e saímos carregados da loja!

La Maison du Pain d' Épices: loja imperdível em Gertwiller
La Maison du Pain d’ Épices: loja imperdível em Gertwiller

Barr

A partir de Gertwiller vem uma sequência de pequenos vilarejos bem próximos uns dos outros. O primeiro deles é Barr, a somente 2 km de distância – daria pra ir caminhando ou de bicicleta. 🙂

Barr não está na lista de cidades “obrigatórias” a se visitar na Rota dos Vinhos da Alsácia, mas suas pitorescas ruas de paralelepípedos e as belas casas tradicionais da Alsácia fazem valer a visita.

Alguns pontos a conhecer: Grand Rue, a principal rua comercial; Rue Neuve, uma rua estreita e de casas bem coloridas que é a mais antiga de Barr; e a Place de l’Hôtel de Ville, a praça central com uma grande fonte no meio, onde fica o edifício da prefeitura da cidade.

Barr
Barr

A cidade ainda é considerada a “capital do vinho do Baixo Reno”. Suas videiras sobem pelas colinas ao redor, com destaque para o famoso Grand Cru Kirchberg.

Mittelbergheim

Outra encantadora vila da Alsácia é Mittelbergheim. A apenas 1,5 km de distância, a próxima parada da Rota dos Vinhos da Alsácia reserva um centrinho bem pequeno e que se destaca pela grande quantidade de Domaines e vinícolas. É basicamente uma rua principal, cercada de casarões produtores de vinhos por todos os lados. O mais famoso deles é o Zotzenberg Grand Cru, um vinho branco super característico da região.

Mittelbergheim
Mittelbergheim

Itterswiller

Mais 5 km percorrendo vinhedos e você chegará até a minúscula Itterswiller. Para ter uma ideia, o último censo francês indicou exatos 249 moradores! Rsrsrs Vale a pausa rápida para curtir as belas paisagens e o clima bucólico do lugar.

Itterswiller
Itterswiller

Dambach-la-Ville

Mais um trecho curto de estrada (6.5 km) e lá está Dambach-la-Ville. A parte antiga da cidade está situada dentro de muralhas medievais. Mas antes de entrar, a dica é parar na Chapelle Saint-Sébastien logo na chegada da cidade. Além da simpática capela, a vista da cidade vale a pena.

Chapelle Saint-Sébastien na chegada de Dambach-la-Ville com bela vista da cidade
Chapelle Saint-Sébastien na chegada de Dambach-la-Ville com bela vista da cidade

Dambach é bem bonitinha. No interior de seus muros, uma autêntica vila medieval. Isso inclui vários edifícios bem preservados da Idade Média e da época do Renascimento. As ruas estreitas são ladeadas por casas de enxaimel floridas, placas de ferro forjado e fontes. Impossível não sair fotografando cada cantinho 🙂

Dambach-la-Ville
Dambach-la-Ville

Claro que não poderiam faltar os vinhedos, certo? Dambach-la-Ville é conhecida como uma das maiores cidades vinícolas da Alsácia, com uma vinha que se estende por 450 hectares. O famoso Frankstein Vineyard é classificado como Grand Cru e produz um vinho de grande renome.

Castelo de Haut-Königsbourg

A região da Alsácia preserva importantes castelos franceses. Nossa escolha foi pela visita ao Castelo de Haut-Königsbourg, que exige um pequeno desvio de cerca de 18 km no roteiro. Mas que garanto que irá compensar! 🙂

Com entrada gratuita para quem estiver com o Pass Alsace, o imponente castelo de Haut-Koenigsbourg armazena cerca de 900 anos de história. Visível de longe, a fortaleza aninhada a quase 800 metros de altitude no coração da floresta dos Vosges domina a paisagem aos seus pés e oferece um panorama deslumbrante da planície da Alsácia.

Château de Haut-Königsbourg
Château de Haut-Königsbourg

A visita é bem completa, e esse é daqueles Castelos bem clássicos, com direito a tudo: Ponte levadiça, arsenal, calabouço, brasões e canhões. Não é por acaso que o castelo é um dos monumentos mais visitados da França e recebe todos os anos mais de meio milhão de visitantes. Reserve ao menos 1 hora para fazer a atividade.

Ribeauvillé

Dependendo da época do ano e do tempo de parada em cada vilarejo, a chegada em Ribeauvillé já será no final de tarde/início da noite. No verão é possível chegar ainda de dia e conhecer a cidade nesse mesmo dia, deixando o pernoite para Riquewihr. Se for em outra época do ano, talvez o ideal seja pernoitar em Ribeauvillé e conhecer a cidade na manhã seguinte. Se esse for o caso, as casas de temporada Gite de la Streng são uma boa opção para quem gosta desse tipo de acomodação. Entre os hotéis da cidade, duas dicas: o sofisticado Hôtel Barrière Ribeauvillé e o central e rústico Hôtel Le Ménestrel.

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Fato é que essas duas cidades (Ribeauvillé e Riquewihr) são as “cerejas do bolo” dentre os vilarejos menores, e simplesmente imperdíveis! Portanto, reserve um bom tempo para conhecê-las! Como no nosso caso a viagem foi no verão, chegamos com tempo de caminhar pelas ruas estreitas e apaixonantes dessa joia medieval da Alsácia.

Detalhes das ruas de Ribeauvillé

Durante a Idade Média, Ribeauvillé era a sede do senhorio da família Ribeaupierre (daí o nome da cidade). As ruínas dos três castelos da família ainda hoje dominam o panorama da cidade e as colinas ao redor:
Castelo de St. Ulrich (o mais antigo e importante dos 3 castelos);
Castelo de Girsberg;
Château Haut-Ribeaupierre (o mais alto dos 3 castelos).

Ruínas dos 3 castelos de Ribeauvillé

Dentro da cidade que ainda preserva algumas de suas muralhas medievais, destaque para o Hôtel de Ville (edifício da prefeitura) e para o “Tour des Bouchers“, a torre mais alta que funcionava na defesa da cidade.

Hôtel de Ville e Tour des Bouchers

Mas o melhor da cidade é caminhar pela Grand Rue e admirar a arquitetura das casas e a atmosfera tão típica da Alsácia. Se estiver com tempo, escolha um dos muitos cafés, bares e restaurantes de comida típica como o La Flammerie e curta ainda mais a estadia na cidade.

Ribeauvillé

Riquewihr

A vizinha Riquewihr está a 5 km de distância e é outra ótima opção para o pernoite na Rota dos Vinhos da Alsácia. No nosso caso, optamos por passar a noite em Riquewihr e aproveitar um pouco mais da atmosfera do vilarejo eleito diversas vezes o mais bonito da França.

A cidade reúne alguns hotéis bem aconchegantes como o charmosérrimo e familiar Hôtel le Saint Nicolas ou o sempre eficiente Best Western Hotel & SPA Le Schoenenbourg. Lembre-se de reservar sempre com antecedência, pois a cidade é muito procurada, especialmente nos meses de novembro e dezembro por conta dos Mercados de Natal.

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Para encerrar a noite em Riquewihr, não deixe de visitar a Brasserie du Vignoble. O pub da micro cervejaria artesanal local oferece um ótimo ambiente e tartes flambés – a pizza alsaciana – assadas na hora. Imperdível!

Dia 5: Riquewihr e Colmar

Comece o dia caminhando com calma pelas bucólicas ruas do centro de Riquewihr. Apesar de conhecida como “Pérola da vinha da Alsácia” por conta dos muitos vinhedos nos arredores e pela grande quantidade de vinhos de qualidade produzidos na região, Riquewihr é um vilarejo bem pequenininho, com cerca de 1200 moradores! A cidade murada é praticamente uma rua que sobe e uma que desce em um total de 5 ou 6 quadras, ou seja, dificilmente você estará “mal localizado” desde que fique dentro ou bem próximo dos muros. Rsrsrs Qualquer restaurante, lojinha ou atração da cidade fica a menos de 10 minutos de caminhada.

Riquewihr
Riquewihr

Riquewihr é sem dúvidas um dos lugares imperdíveis da Alsácia, um verdadeiro museu a céu aberto que preserva sua autenticidade e o charme de outros tempos. As preservadas casas em madeira ao estilo enxaimel, os pátios internos decorados com poços, as fontes antigas, as placas de metal tão bem trabalhadas, tudo isso compõe um conjunto arquitetônico invejável.

Detalhes das coloridas fachadas de Riquewihr
Detalhes das coloridas fachadas de Riquewihr

Algumas das atrações mais importantes são a Torre dos Ladrões (antiga Prisão de Riquewihr), a casa Vineyard (original do século XVI), o Posto du Dolder (o portão de entrada da cidade, usado para defesa desde o século XIII) e a Casa “Hansi”, dedicada ao famoso ilustrador alsaciano.

Posto du Dolder, o portão de entrada da cidade
Posto du Dolder, o portão de entrada da cidade

Mas o grande barato está em andar pelas ruas e ver a vida local acontecendo em uma cidade que, pra variar, parece uma reprodução exata dos livros de contos de fadas. Com suas fachadas floridas na primavera e no verão e com as do Natal no fim do ano, Riquewihr possui uma atmosfera única. Representa a essência das tradições da Alsácia.

Colmar

De Riquewihr até Colmar são pouco mais de 14km, ou 20 minutos de estrada. A chegada em Colmar será um bom momento para a devolução do carro alugado, já que por lá o carro não será muito útil e o nosso roteiro se encerra nessa cidade.

Depois da capital Estrasburgo, Colmar talvez seja a segunda cidade mais famosa da região, sendo uma legítima representante do estilo alsaciano de ser. Com aproximadamente 70 mil habitantes, Colmar é a 3ª maior cidade da Alsácia. Por ter se mantido quase intacta aos vários períodos de guerras que envolveram França e Alemanha, seu centro histórico é uma verdadeira preciosidade com quase mil anos de história muito bem preservada.

O que fazer em Colmar

Colmar até possui museus importantes com o Musée Unterlinden, o Bartholdi ou o Musée du Jouet (Museu do Brinquedo). Tem ainda Igrejas históricas e imponentes como a Église des Dominicains ou a Collégiale Saint-Martin de Colmar.

Mas o mais apaixonante em Colmar é andar a pé pela cidade, explorar cada ruazinha e admirar as fachadas coloridas e a arquitetura tão característica dessa região privilegiada em beleza.

Fachadas das casas em estilo enchaimel de Colmar
Fachadas das casas em estilo enchaimel de Colmar

Construída em 1609, a Maison des Têtes (House of Heads) é uma das mais famosas e emblemáticas casas de Colmar. De estilo Renascentista, a casa tem um notável oriel com três andares  (uma espécie de sacada proeminente). Mas o que chama a atenção é a “peculiar” ornamentação de suas 106 cabeças humanas (daí o nome). O edifício que já funcionou como bolsa de valores hoje é um hotel de luxo e uma brasserie.

Maison des Têtes
Maison des Têtes

Não deixe de passear também pela região conhecida como “La Petit Venise” (a Pequena Veneza), por onde passa o rio da cidade, o Lauch. O lindíssimo cenário das pontes floridas cruzando o rio com as casinhas alsacianas às margens é um dos maiores cartões postais de Colmar.

Roteiro de 1 dia em Colmar, na Alsácia
Roteiro de 1 dia em Colmar, na Alsácia

Nessa região é possível visitar o Marché Couvert de Colmar (mercado coberto). É uma espécie de mercado público muito bem arrumado e repleto de produtores locais com seus produtos fresquíssimos a venda. Os preços são um pouco salgados (acredito que pela localização turística), mas só para olhar já vale o passeio.

Mercado Coberto de Colmar
Mercado Coberto de Colmar

Pela beleza e pela quantidade de atividades a fazer, Colmar merece pelo menos 24 horas de estadia.

+ Leia mais no nosso roteiro completo de 1 dia em Colmar

Onde se hospedar em Colmar?

Dê preferência para se hospedar o mais próximo possível do centro de Colmar. Para pesquisar agora pelo seu hotel ou apartamento ideal em Colmar, faça agora mesmo uma pesquisa com descontos incríveis pelo Booking, o maior site de hospedagem do mundo!

+ Hotéis e apartamentos em Colmar, na Alsácia

Agora, se você quiser uma dica pessoal de um local incrível para se hospedar no coração da cidade de Colmar, onde você vai se sentir em casa, como um autêntico morador da cidade, leia nosso artigo sobre a “Chez Cécile et Myriam“. O lugar é ao mesmo tempo um aconchegante “chambre d’hôte” (equivalente a um bed and breakfast) e uma das principais produtoras de vinho de Colmar.

Onde comer em Colmar

Se você procura por boas opções gastronômicas em Colmar, recomendamos o Bistrot des Lavandières com seu menu tipicamente francês ou o Wistub Brenner para um autêntico almoço alsaciano, com comida farta e de grande influência alemã. Para o café da manhã ou o chá da tarde, uma sugestão bem localizada é o Le Boudoir, pequena e aconchegante casa de chás no centro histórico.

E você sabia que Colmar tem um restaurante com 2 estrelas no aclamado guia Michelin? Sim, estamos falando do JY’s, do celebrado Chef Jean-Yves. O badalado restaurante fica na região conhecida como ‘Pequena Veneza’, em um casarão do século XVII bem às margens do Rio Lauch, em um cenário com ares de cartão postal. Destino de visita obrigatória para os apaixonados pela alta gastronomia francesa. E uma ótima maneira de encerrar sua primeira noite em Colmar. 🙂

Mais passeios e atividades em Colmar

Dia 6: Passeio de bicicleta pelos arredores de Colmar até Eguisheim

A última manhã do roteiro pela Alsácia pode ser inteiramente dedicada a um passeio de bicicleta pelos arredores de Colmar. Se você curte esse tipo de atividade, a dica é entrar em contato com a Alsa Cyclo Tour, empresa especializada em aluguel de bicicletas na região. Nós fizemos o ‘Circuit Colmar‘, um trajeto de cerca de 3 horas de duração, considerado de nível fácil, e que passa pelo vilarejo de Eguisheim, que quase todo ano é eleito um dos mais bonitos da França. Dá uma olhadinha no mapa pra ter uma noção de todo o trajeto.

Alsa Cyclo Tours: Circuit Colmar (passeio que fizemos por Colmar e Eguisheim)
Alsa Cyclo Tours: Circuit Colmar (passeio que fizemos por Colmar e Eguisheim)

Eguisheim fica a cerca de 30/40 minutos de pedalada em ritmo moderado (com o auxílio providencial do motor das bicicletas elétricas). Aí é só cruzar o pórtico de entrada para entender porque Eguisheim é sempre uma das favoritas ao prêmio de vilarejo mais encantador. Ruas de pedra, casinhas coloridas e floridas… As fotos falam por si:

Aluguel de bicicletas em Colmar
Aluguel de bicicletas em Colmar: chegando na bela cidade de Eguisheim

Se você se interessou em explorar os arredores de Colmar de bicicleta, confira o post completo que fizemos sobre a nossa experiência de 3 horas pedalando pelos vilarejos da região.

+ Aluguel de bicicletas em Colmar: um passeio de bike pelos vilarejos e vinhedos da Alsácia

Após o passeio, retornamos até Colmar para almoçar e dar uma última volta pela cidade para encerrar assim o nosso roteiro de 6 dias pela Alsácia. Gostou da experiência? Ficou com alguma dúvida? Então pergunta aí nos comentários! 🙂

Dica de economia: Pass Alsace

Uma última dica para o roteiro na Alsácia: se você curte visitar museus e atrações turísticas, que tal adquirir um Pass Alsace. Ele é um daqueles passes turísticos que dá direito a uma entrada gratuita para cada uma das cerca de 60 atrações parceiras. Várias das atividades que fizemos em Estrasburgo, Colmar e demais cidades da Rota dos Vinhos da Alsácia tem sua entrada liberada para quem adquire o passe. Aí é só escolher o período da validade do Passe de acordo com a duração da sua estadia na Alsácia: 24 horas, 48 ​​horas ou 3 dias, que podem ser utilizados de maneira não consecutiva.

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Escrito por
Augusto
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12 comentários
    • Fala Roberto! Valeu pelo comentário. Nosso canal de Youtube ainda tá bem devagar, o foco por enquanto é aqui no blog e no nosso instagram (instagram.com/viajaredemais). Caso tenha alguma dúvida específica, é só perguntar! Espero q curta bastante a viagem 🙂

  • Olá Parabéns pelo Blog, adorei as dicas, irei em dezembro ( embora não sabemos se terá os Mercados de Natal ) mas irei assim mesmo, tenho uma pergunta; tem algum ônibus Turístico que faça a rota de Estrasburgo até Colmar? Obrigada 😊

    • Olá Cassia, que legal que está aproveitando as dicas e que vai visitar essa maravilha de região! Sobre a sua pergunta, quando estávamos em Colmar ficamos sabendo que havia um serviço desse tipo para conhecer as cidades pequenas próximas (mas não chegava até Estrasburgo). De qualquer forma, não tenho maiores informações sobre a empresa que realiza, e nem como está esse serviço em função da pandemia. Um abraço e boa viagem! 🙂

  • Olá, tudo bem? Seu texto é incrível e rico em detalhes, parabéns pelo conteúdo. Posso tirar uma dúvida com você ?
    1) você sabe me dizer qual o preço das degustações de vinhos nas vinícolas? Você recomenda alguma?

    Muito obrigado. Abraços

  • ola augusto, parabens pelo seu blog, adorei as dicas e vou seguir a risca ! uma pergunta, iniciaremos a nossa viagem por zurique, retornando ai final. vale a pena passar uma noite em Riquewihr e uma em Colmar ? ou escolher uma das duas e faze-la como peao uma vez q estaremos de carro e sao tao proximas .

    • Olá Marco, que legal que gostou das dicas e que vai fazer o roteiro por essa região! 🙂 Sobre a sua dúvida, Riquewihr dá pra conhecer bem em 1 dia (sem pernoite). Colmar eu acho 1 dia só muito pouco, vc vai conseguir conhecer o essencial mas não sobra muito tempo pra entrar nas atrações, passeio de barco, ter uma experiência gastronômica demorada, etc. Mas as duas cidades são muuuuito próximas pra quem viaja de carro, então é uma questão de escolha pessoal mesmo. Ficar em uma das cidades (no caso, Colmar) facilita na questão do tempo que você perde com check in, check out e para se “instalar” no novo hotel. Um abraço e precisando de mais dicas, é só falar! 🙂

  • Olá bom dia , tudo bem ?
    Adorei suas dicas … irei em novembro. Só tem uma duvida… essas cidades ficam muito próximas com a fronteira da Alemanha e Suíça. Com as restrições de viagem, podemos atravessar as fronteiras de carro ou trem ?

    • Oi Maria Carolina! Então, essas informações sobre restrições de viagem ainda estão muito fluidas e mudando a todo instante. Em teoria, na maior parte das cidades já está sendo possível transitar entre as fronteiras sem maiores problemas (é bom sempre ter o comprovante das vacinas em mãos). Por exemplo, para ir de Srasbourg até Kehl, na Alemanha, é possível cruzar a pé ou de transporte público. Então é bem difícil imaginar que tenha um controle super rígido.

    • Olá PAulo! Nessa viagem, a gente ainda seguiu até a Borgonha (Beaune e Dijon) e voltamos de lá para a França de trem. Mas de Colmar ou de Strasbourg também tem trem até PAris, é o melhor meio de transporte. 😉

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